A história do absinto é cercada de mitos e mistérios. O Absinto é uma bebida destilada de cor verde claro que, em sua receita original, é feita com aniz, erva doce e losna. Entretanto há diversas receitas que utilizam outras ervas e até mesmo flores na receita. Ele foi criado para fins médicos, como remédio na Suíça no final do século XVI. Foi muito popular na França nesta mesma época e chegou a ser inclusive proibida, por produzir um suposto efeito alucinógeno, que gerou fama e um apelido à bebida: a fada verde. Há uma história de um homem que teria matado toda a sua família na Suíça em 1905 por estar sob o efeito do absinto, e este fato teria gerado a primeira série de restrições à bebida. Além dele o poeta Oscar Wilde, afirmou ter visto tulipas crescerem na sua perna enquanto bebia. No entanto, tal efeito nunca foi confirmado, o princípio ativo que leva toda a culpa pela fama de alucinógeno do absinto se chama thujone, e é um componente da losna. Em doses muito altas, o thujone pode ser tóxico, mas a proporção deste composto no absinto nunca foi alta o suficiente para fazer algum mal, e mesmo que fosse nunca foi comprovado que este princípio pode causar alucinações. Outro fator que contribuiu para esta fama foi o alto teor alcoólico do absinto, que pode variar de 40% a 85%. Victor Sansone Brum, colecionador e apreciador da bebida conta que existem diversos países produtores, segundo ele, os absintos franceses são os mais vendidos no mundo, enquanto os suíços são mais sofisticados. O mais forte do mundo é feito na Inglaterra, com 89% de concentração alcoólica. A graduação alcoólica varia de acordo com o tipo do Absinto, que pode ser ordinaire, demi-fine, fine, supérieure e Suisse (da menor para a maior qualidade), variando de 45% a 89,9%. Para o historiador Ernani Weber, o absinto foi a bebida do século XIX, diversos intelectuais e pensadores tais como Van Gogh, Claude Monet e Oscar Wilde eram apreciadores assíduos da bebida. A história do absinto começa em 1792, quando o médico e monarquista francês Pierre Ordinaire, exilado na Suíça, utilizou a planta Artemisia absinthium para fabricar uma poção digestiva. Poucos anos depois, ele adicionou álcool à fórmula para potencializar seus efeitos. Teve sua maior popularidade durante o final do século XIX, na época mais boêmia de Paris, quando o absinto era parte inseparável da vida artística e inspirou muitas pinturas e obras literárias. No Brasil, o absinto ainda não possui uma demanda muito grande, no entanto com o passar do tempo e o aumento do número de apreciadores vai deixando para trás o preconceito de ser considerado alucinógeno. A bebida foi proibida em 1908 e liberada novamente só em 2000, devido aos esforços do empresário paulista Lalo Zanine. Antes da liberação no país o consumo só era permitido em Portugal, República Checa e Reino Unido. Atualmente só é proibida nos EUA, Noruega e Cingapura. Hoje no Brasil é permitido o absinto com gradação de até 53,5%.